Lembrete
Deixou o vento tocar em suas orelhas enquanto olhava o teto do corredor no consultório distraída, e se pegou cantarolando a música de fundo. Uma voz suave, angelical, que por coincidência era de um dos seus cantores preferidos. Aquela voz a embalou não para o tempo de espera, enquanto aguardava a sua vez de ser chamada, mas para o seu tempo próprio. Que era assim: calmo como aquela música, suave como o vento em seu rosto, tranquilo como aquela espera.
Seria essa uma amostra do corredor da sua vida? Seria esse um lembrete sobre o seu ritmo? Em que tempo estava vivendo? Não em relação ao tempo do calendário, mas em relação ao ritmo de ação.
Talvez aquele não era simplesmente um vento suave em suas orelhas, era um sopro do Universo, falando algo importante.
Aquela suavidade a conectou profundamente com o seu ser, a lembrou de quem ela era, e do que queria fazer (talvez isso ela já soubesse), mas se lembrou de como queria fazer, e isso faria uma grande diferença em sua vida. Parou e pensou: realmente, minha vida!
Por mais sopros suaves de suspiro de vida como esse lembrete.
Com carinho, Carol.
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